Juniperus Navicularis (Piorro)
- Distribuição e abundância
- Espécie endémica da bacia do rio Sado, onde são relativamente abundantes, sendo conhecidos núcleos isolados na Mata Nacional de Leiria (Marinha Grande) e na bacia do rio Tejo (Infantado).
- Como a sua área potencial coincide com plantações de Pinus pinaster, P. pinea, ou mais raramente eucaliptais ou montados de sobro, a sua área depende da sobrevivência às acções de limpeza de mato nestes povoamentos.
- Grau de conservação
- Existem núcleos bem conservados na bacia do rio Sado
- Estima-se que, com a maior incidência de práticas de gestão florestal orientadas para a prevenção de incêndios, a área deste habitat endémico tenha decrescido de forma preocupante nos últimos anos
- Nicho Ecológico
- Retenção do solo
- Regulação do ciclo da água
- Refúgio de biodiversidade
- …
***********************************************************************************
Thymus capitellatus (Tomilho)
Os tomilhos são plantas sobejamente conhecidas pelas suas propriedades aromáticas, há muito empregues na gastronomia e medicina tradicionais. Constituem um grupo particularmente diverso no território continental, com 12 espécies distribuídas por 2 géneros (Thymus e Thymbra), das quais 9 são exclusivas (endémicas) da Península Ibérica e entre estas, existem 3 espécies que apenas se podem encontrar em Portugal.
Um dos mais ilustres representantes deste grupo é o tomilho-do-mato, uma planta arbustiva de pequeno porte que ocorre em solos ácidos arenosos de dunas e paleodunas, em charnecas e matos xerofílicos, onde frequentemente constitui uma das espécies co-dominantes, juntamente com a sargacinha (Halimium calycinum) e o rosmaninho (Lavandula pendunculata). Ocorre também sob coberto de pinhais e mesmo em clareiras de eucaliptais abertos. Por se tratar de uma espécie muito abundante nos locais onde ocorre dificilmente se preveria que estaríamos na presença de um endemismo da metade sul de Portugal. De facto, apenas o podemos encontrar ao longo das bacias sedimentares dos rios Tejo e Sado e ainda na faixa costeira paleodunar, sensivelmente até Sines.
Como as outras espécies do género Thymus, apresenta pequenas flores bilabiadas, agrupadas em capítulos. Distingue-se outras espécies por um conjunto de características, entre as quais a corola branca das flores, as folhas ovado-lanceoladas, pequenas (1-2mm de largura), revolutas e tomentosas na página superior, o cálice com 2,5-5mm e as brácteas diferenciadas das folhas.
Durante a maior parte do ano o tomilho-do-mato passa despercebido na matriz de matos baixos ricos em espécies xerófilas e aromáticas. Sensivelmente a meio da Primavera a sua copiosa floração torna-a a mais visível, sendo esta a melhor altura para observar a espécie.
É uma espécie que apresenta estatuto de conservação, ao abrigo do Decreto-Lei nº.49/2005 de 24 de Fevereiro de 2005 (Anexos B-II e B-IV), que transpõe para a Lei nacional, as disposições da Directiva 92/43 do Conselho da Europa. Grande parte da sua área de distribuição encontra-se englobada pela Rede Natura 2000, o que permite supor que a sua sobrevivência possa estar salvaguardada. Ainda assim, a expansão urbana no litoral alentejano, as práticas inapropriadas de gestão florestal nos pinhais onde ocorre (copas demasiado densas, gradagens de solo demasiado frequentes) e a expansão do acacial, constituem algumas das principais ameaças a ter em conta.
***********************************************************************************
Ulex australis (Tojo)
Ulex australis (Tojo)
- Distribuição e abundância
- Matos bastante comuns no litoral dos Sectores Galaico-Português e Divisório Português, ainda que frequentemente sob coberto de pinhais.
- Raro no litoral norte.
- Grau de conservação
- Variável de acordo com a pressão antrópica a que estão submetidos e com a dinâmica da linha de costa em cada território.
- Nicho Ecológico
- Retenção do solo
- Regulação do ciclo da água
- Fornecimento de água
- …
***********************************************************************************
Corema album (Camarinha)
- Espécie endémica lusitana, estende-se desde o cabo Finisterra até ao estreito de Gibraltar.
- Ocupa areias mais ou menos móveis em sistemas dunares ou em areias sobre arribas rochosas.
Grau de conservação- A sua população tem sido seriamente ameaçada, sendo apontados como principais factores: a introdução da acácia, que se tornou uma espécie invasora e perturbou o equilíbrio dos ecossistemas; a pressão urbanística da faixa litoral; e a diminuição da população de coelho-bravo (Oryctolagus cuniculus) e de algumas aves, importantes dispersores das suas sementes.
Nicho Ecológico
- Retenção do solo
- Regulação do ciclo da água
- …
***********************************************************************************
Santolina Impressa
Distribuição e abundância
Localiza-se no sudoeste litoral. Ocupa solos porosos de paleodunas dunas litorais. Os povoamentos são quase contínuos ao longo de vastas áreas e as maiores densidades de indivíduos ocorrem ao longo de corredores. Está presente nesta zona cerca de 1/4 da população mundial de Santolina Impressa.
Grau de conservação
É uma espécie abundante no nosso país, mas vulnerável a nível global. As suas principais ameaças estão relacionadas com actividades antrópicas, das quais se destacam a extracção de areias, a expansão urbana e a expansão agrícola.
Nicho ecológico
- Retenção do solo
- ...
****************************************************************************************